O ex-velocista dos 800 metros José Saraiva defendeu hoje, em Luanda, a necessidade de se prestar maior apoio à formação de técnicos e a medicina desportiva, visando à evolução da modalidade no país.
Falando à Angop, o antigo atleta considerou estagnado o actual estado do atletismo e indicou a falta de formação de treinadores e de medicina desportiva como sendo as principais causas da estagnação.
Na sua opinião, contribuem ainda para o estado do atletismo a falta de um anemómetro (aparelho para medição do vento), laboratório de fisiologia, equipamentos como placar electrónicos, dardos, martelos, barreiras e tarco, além de questões ligadas à nutrição, que nalguns casos impede o bom desempenho do atleta em alta competição.
"Não é necessário haver muitas pistas para se encontrar melhores atletas no país. O que vale é apostar na formação do homem para que as estrelas sejam uma realidade", afirmou, fazendo alusão a países como Etiópia, Quénia e Zâmbia, que na sua óptica são inferiores a Angola em termos de infra-estruturas, mas estão no auge com as principais estrelas da modalidade no mundo.
Segundo José Saraiva, actual treinador da equipa sénior do 1º de Agosto, deve-se investir muito na formação para posteriormente pensar-se em melhores participações em qualquer competição, pois sem treinadores capazes e medicina desportiva a altura será difícil.
Referiu o facto de as províncias de Luanda (Coqueiros) e de Cabinda (vila de Landana) serem as únicas que possuem pistas de tartan em Angola, mas não têm atletas com marcas de realce.
No entanto, manifestou o desejo de ver montadas tais pistas nos três campos construídos para o CAN2010 (Cabinda, Benguela e Huíla, uma vez que o da capital do país já tem) para o bem da modalidade.
José Saraiva correu na década de 1980 pelo 1º de Agosto nas especialidades dos 800 e 1.500 metros.