O seleccionador nacional de futebol, Lito Vidigal, inicia sábado, em Nairobi, um dos maiores desafios a frente dos "Palancas Negras", defrontando a sua congénere do Quénia, numa altura em Angola precisa de vencer para "alimentar" as esperanças de apuramento ao CAN2012, a ser realizado no Gabão e Guiné Equatorial.
Depois do sucesso no CHAN do Sudão, em Fevereiro último, onde Angola alcançou a segunda posição, Lito, já com os profissionais que actuam no exterior, vê redobradas as "exigências" no seu primeiro encontro das eliminatórias (grupo J) para a principal prova de selecções a nível do continente, pois, além da necessidade de conservar o êxito, um resultado contrário à vitória comprometeria as aspirações do combinado nacional.
O carácter "imediatista" do "torneio de apuramento" tira ao técnico a possibilidade de pensar em tempo suficiente para entrosamento e rodagem competitiva tendente a garantir maior "estabilidade qualitativa" a selecção, abrindo caminho para a implementação da "conhecida política" de que mais valem os resultados do que as exibições, embora não seja desejável que a equipa estagne na (má) característica do seu jogo patenteado no Sudão.
A situação do treinador, que trabalha com o grupo a menos de três meses (1ª vez com os "estrangeiros" tidos como mais experientes), afigura-se bastante difícil, visto que os quenianos, últimos do grupo com apenas um ponto, certamente vão querer aproveitar o factor casa para tudo fazer no sentido de somar os três pontos em disputada e deixar a desconfortável posição.
Mas a sua experiência e sentido de organização, aliada à capacidade, vontade de crer e espírito de luta dos jogadores transmitem certa confiança aos amantes do desporto "rei" no país, dentre dirigentes, agentes desportivos e adeptos, que nos últimos tempos têm se manifestado crentes no apuramento ao quarto CAN consecutivo, depois do Egipto2006, Ghana2008 e Angola 2010.
Em igualdade de pontos (3) com a Guiné-Bissau, a selecção nacional ocupa o terceiro posto do grupo J, uma vez que sofreu três golos e marcou um, tendo um diferencial negativo de dois perante os guinenses (um marcado e outro consentido), numa série comandada pelo Uganda com quatro pontos. Noutro jogo, a Guiné-Bissau recebe o Uganda.
Para o encontro diante dos quenianos, o técnico trabalha com os atletas Lamá, Chara, Job, Love, Miguel, Santana, Wilson, Kali, Mingo Bille, Dany, Amaro, João Martins, Osório, Kialunda, Fabrício, Mateus Galiano, Dedé, Gilberto, Manucho, Dominiqui Kivuvu, Djalma, Geraldo, e Vunguidica.
Desde Janeiro último no cargo, José Carlos Vidigal "Lito", oriundo de Portugal para a sua primeira experiência como seleccionador em substituição de Zeca Amaral, detém, em seis jogos, um saldo positivo de três vitórias, dois empates e uma derrota no campeonato africano das nações para atletas que actuam nos seus países (CHAN2011).
Em Portugal, onde fez carreira como futebolista, o ex-internacional angolano orientou, entre outras equipas, o União de Leiria, Estrela da Amadora e Portimonense.