O `faraó` regressa a Angola, para representar o clube que o catapultou para a fama. À beira de completar 33 anos, o avançado confessa toda a ambição em ajudar os petrolíferos na luta pelo campeonato em 2013 e a estranheza que é, para quem jogou quatro fases finais do CAN, ficar a sofrer a ver os jogos pela televisão
A bola fez uma matéria com o internacional angolano Flávio Amado que se mostrou feliz com o regresso ao clube que começou como profissional.
- Estou feliz, fui sempre muito bem recebido no Petro. É um pouco a minha casa, pode dizer-se. Mesmo a jogar no estrangeiro, quando vinha a Luanda, mesmo de férias, todos me acarinhavam e os adeptos do clube pediam-me entusiasticamente para regressar. A oportunidade apareceu e só posso estar grato por ela. É um passo bonito na minha carreira, vir para onde comecei.
- Vai completar 33 anos no próximo dia 30. Assinou só por uma época?
- Sim, 2013, com mais uma de opção. Poderia ter-me comprometido a meio do ano, mas não me sentia em condições e preferi readquirir a minha forma plena este segundo semestre do ano para poder voltar em grande.
- E que Flávio podem esperar os angolanos, tendo em conta que não compete há nove meses, desde o último jogo que fez pelo Lierse, a 3 de março?
- O Petro facilitou-me as coisas, o acesso às instalações e ao clube, e tenho estado a recuperar o meu ritmo. O peso está quase no ideal [risos]. Enquanto o Girabola não acabou, treinei-me com eles, sem problemas. Agora que está tudo de férias, tenho-me cuidado como posso. Faço pelo menos uma hora de treino físico por dia. Exercito-me com corridas da praia, na passadeira que tenho em casa e noutros aparelhos de que disponho. E dar umas pedaladas na bicicleta também ajuda. Seguramente estarei no máximo da forma em fevereiro, para disputar a Supertaça pelo Petro.
- Tem consciência de que os adeptos do Petro esperam muito de si? Também sente que, neste regresso, voltará a ter de mostrar as qualidades que o catapultaram para uma carreira notável?
- Depois das minhas várias experiências no estrangeiro, sei bem que regressar a Angola é uma grande responsabilidade e que esperam muito de mim. E a minha responsabilidade será, porventura, ainda maior, pelo que represento no clube e o que já lhe dei e ajudei a conquistar. A única coisa que posso prometer é que vou trabalhar e vou dar o meu máximo para regressar em grande e levar o Petro a conquistar o Girabola. Vou tentar voltar a ser o mesmo Flávio de sempre, apenas e só.
- Mas concorda que essa responsabilidade será maior, por ser talvez o jogador angolano mais vitorioso de sempre: em década e meia, conquistou 20 títulos coletivos por onde passou...
- É gratificante e recompensador olhar para trás e ver que, felizmente, a vida e a carreira têm sido boas para mim. São muitas vitórias, alegrias e memórias. Só aumentam o grau de exigência. Fico feliz por já ter conseguido ganhar tanto, mas a minha ambição é a mesma de sempre: quero ganhar ainda mais títulos no Petro.