Uma incapacidade evidente de reagir e jogar o que vale resultou na derrota de 0-2 da selecção nacional de Angola esta quarta-feira, em Durban, diante dos Bafana-Bafana, o que compromete seriamente a passagem aos quartos-de-final do CAN2013.
Com esse resultado, que já é o maior registado em nove jogos, coloca também os Palancas a fazer contas e a dependerem de “ajudas” dos adversários para continuarem em prova depois de dia 27 (data da terceira jornada).
Efectivamente, num recinto quase cheio e sob ruído das vuvuzelas, Angola entrou aparentemente com serenidade e concentrada, mas esta transformou-se em intranquilidade face ao insucesso de reter a bola e também ao melhor discernimento dos donos da casa.
Com uma estrutura diferente do primeiro jogo (dois pontas-de-lança), em que Guilherme Afonso substituiu Bille, Angola entrou apática e foi assim nos primeiros minutos, expceção feita a um remate cruzado de Mateus, que passou ao lado da baliza adversária.
Os sul-africanos, que precisavam de rectificar a exibição e o resultado da estreia, cedo mostraram que estavam dispostos a fazer as pazes com os adeptos. Assim, os primeiros 30 minutos foram num só sentido, tal era a permeabilidade do sector ofensivo angolano, em que se exceptua o guarda-redes Lamá.
Aliado a isso, era evidente a incapacidade da intermediária segurar a bola e fazê-la chegar jogável ao ataque. Ante a pressão sul-africana, os angolanos de forma generalizada e quase inexplicável começaram a errar passes e a cometer faltas desnecessárias.
Foi por isso com naturalidade que aos 29 minutos, depois de sucessivos avisos, acontece o primeiro golo num dos vários bombeamentos para área que foi mal aliviado pela defensiva sobrando para Sangweni, que atirou sem hipóteses para Láma.
O tento aconteceu na sequência de uma falta perfeitamente evitável do central Dany. Na reacção, Manucho de cabeça atirou ao lado da baliza. Mas a desorientação defensiva voltou a estar evidente aos 36 minutos, resultou num mau atraso que Lamá e mais um canto para os sul-africanos.
Ainda antes do intervalo, um dos esporádicos lances bem sucedidos do ataque angolano, Lunguinha joga com Manucho na área e este assiste Mateus que remata de esquerdo sobre a trave.
Mas a seguir foi a vez do guarda-redes angolano increver-se na lista dos erros defensivos ao aliviar mal um cruzamento da direita, colocando a bola no pé de um atacante, mas este não fez melhor que atirar sobre a barra.
O intervalo, reavivou a esperança angolana, já que Gustavo Ferrin lançou o reabilitado Djalma para o lugar Geraldo.
Os Palancas Negras já se pareciam mais consigo mesmos, ao trocar a bola de pé para pé. No entanto, há dias em que nada corre bem e aos 51 minutos, a passe de Mateus, Guilherme Afonso, à entrada da área, rematou frouxo para defesa segura do guarda-redes sul-africano.
Na resposta Lamá voltou a negar o golo ao adversário com uma defesa para canto, corrigindo uma falha no eixo da defesa, onde Dany já tinha visto cartão amarelo (49'). Enquanto, em campo os donos da casa controlavam as operações, no banco o técnico Gustavo Ferrin perdia-se numa "batalha" verbal com o quarto árbitro.
Aos 57 minutos, o técnico sul-africnao lança em campo o avançado Majero, que viria quatro minutos depois a sentenciar o jogo com 2-0. O golo ocorreu na sequência de uma falha no ataque de Angola que deu contra-ataque finalizado pelo possante recém-entrado, que se impôs entre a defesa angolana mais frágil fisicamente e atirou a bola entre as pernas do "keeper" angolano.
Ferrin lança Gilberto para o lugar de Dedé e já se ia vendo mais Palancas com o esquerdino a fazer o que bem sabe fazer: guardar a bola. As acções ofensivas iam sendo mais frequentes. Aumentou o caudal ofensivo.
A cinco minutos do fim, Amaro substituiu Guilherme, mas o que de mais importante aconteceu foi os anfitriões falharem o terceiro golo, já que num contra-ataque o avançado Bafana mediu mal o "chapeu" a Lamá. Estava contada a história da segunda derrota angolana frente à África do Sul.
O árbitro maliano viu o seu trabalho facilitado com a falta de combatividade dos angolanos, que permitiram uma vantagem sólida dos donos da casa. Por isso, não se justifica a tentativa esboçada por alguns jogadores de Angola de abordar o juiz.