Quando se fizer o balanço final do CAN, a Selecção de Angola entrará no leque das desilusões. De resto, este foi o pior CAN de sempre, dos sete que os Palancas já disputaram. E foi o mais caro e o que foi preparado com mais condições. Vamos por partes.
Ao somar apenas um ponto, Angola igualou o pior registo que tinha de 1996, também na África do Sul... Mas nesse CAN os Palancas marcaram quatro golos. Desta feita, apenas um e que até foi... autogolo de Nando, de Cabo Verde.
Para preparar o CAN, a Federação garantiu oito milhões de dólares de apoio governamental. Já Cabo Verde não terá chegado a dois milhões. E a Selecção teve tempo e condições como nunca. Desde o estágio no Lubango, em Dezembro, até à ida para Joanesburgo dia 27 de Dezembro, para adaptação perfeita.
Angola acusou a falta de inspiração de vários jogadores, algumas hesitações e experiências do seleccionador Gustavo Ferrín em plena competição e faltou-lhe um centro centrocampista com qualidade de construção de jogo. E não teve a alma de, por exemplo, Cabo Verde.
Dentro de dias, o treinador entregará um relatório do CAN e vai reunir-se com a Federação. Sabe-se que o presidente, Pedro Neto, é avesso a medidas drásticas, vulgo despedimento de treinador. E talvez algumas das razões do insucesso e seguramente a falta de jogadores para certas posições, sejam questões a ser discutidas em sede do futuro do futebol angolano, não apenas do seleccionador `x` ou `y`. O que se quer? Para tanto dinheiro gasto, os resultados são escassos.
Há que encontrar respostas para este falhanço. Pensando o futuro. Oito milhões davam para construir alguns relvados sintéticos, por exemplo.
É hora de Angola ter uma estratégia estruturada para o seu futebol, até de acordo com o programa do recém-eleito Pedro Neto. O que se deve disctir já é como ter sucesso no CAN de... 2017.
Fonte:ABola