Os responsáveis do coletivo dos partidos políticos para a finalização da transição e da Aliança para o Desensolvimento e Progresso (ADP) anunciaram a organização duma «marcha pacífica» quarta-feira em Conakry, a capital da Guiné Conakry.
Esta nova iniciativa, explicaram os seus responsáveis durante um encontro com a imprensa, tem como objetivo manifestar o seu descontentamento consecutivo à «recusa» das autoridades de convocar os eleitores para «eleições legislativas livres, transparentes, credíveis e aceitáveis».
O líder da União das Forças de Mudança (UFC), Aboubacar Sylla, porta-voz da ADP, sublinhou que há mais de seis meses os dois blocos interpelaram a comunidade internacional sobre a necessidade de se implicar na resolução da crise política guineense.
Sylla precisou que o coletivo e a ADP, que reivindicavam dez pontos no início, acabaram por desistir de oito deles para permitir às autoridades organizar sem demora as eleições legislativas.
Os dois blocos reclamam ainda a mudança do presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Loucény Camara, que anunciou recentemente a sua demissão, e a substtituição do operador técnico, Sabary Technology da África do Sul, que acusam de parcialidade.
Uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) encontrou-se recentemente em Conakry com os atores políticos e os responsáveis da sociedade civil para os incentivar a prosseguir o diálogo com vista a alcançar um consenso que deve permitir a organização rápida das legislativas.
Ao abrir os trabalhos de um fórum económico sexta-feira última, o Presidente Alpha Condé disse que as eleições serão organizadas em breve, todavia sem precisar a data.
Os partidos membros do coletivo para a finalização da transição e os da ADP confrontaram-se em agosto último com as forças da ordem que os impediram de organizar uma marcha, o que causou detenções e feridos entre os militantes e os elementos das forças de segurança, dos quais cerca de 20 foram gravemente feridos.
Por seu lado, o ministro da Administração do Território e Descentralização, Alhassane Condé, notificou recentemente aos partidos políticos, durante um encontro, que mesmo se a Constituição prevê a organização de marchas elas deverão ser realizadas no respeito da lei, ressaltando que as manifestações provocam a destruição de bens públicos e privados.