Líderes do Sudão e do Sudão do Sul reuniram na noite de domingo (23) para tentar chegar a um acordo para por fim às hostilidades, mas ainda não houve progresso sobre um acordo de segurança depois de duas semanas de negociações na Etiópia.
Destacando a profunda desconfiança entre os vizinhos, o Sudão do Sul acusou o Sudão de entregar armas a rebeldes na nova nação africana, que se separou de Cartum, seu antigo inimigo da guerra civil, em julho de 2011.
Os exércitos das duas nações lutaram durante semanas em abril ao longo da disputada fronteira, no despelotar da tensão motivada pelas discussões sobre taxas cobras pela transição do petróleo do Sudão do Sul em território da República do Sudão.
O presidente sudanês, Omar Hassan al-Bashir, e Salva Kiir, do Sudão do Sul, começaram as negociações na noite de domingo, em Adis Abeba, para discutir os obstáculos que restavam para um acordo. “Concordamos em muitos tópicos, mas ainda há questões para as quais não temos um acordo, principalmente a questão da segurança”, disse Badr el-Din Abdallah, porta-voz da delegação sudanesa.
Os dois países tinham que chegar a um acordo de paz abrangente até ao fim de semana ou corriam o risco de receber sanções da ONU.
Diplomatas vêm tentando mediar as negociações entre os dois países, que têm um histórico de assinar acordos, mas não implementá-los. Ambos precisam muito da renda do petróleo que está em jogo.
Os dois países chegaram a um pré-acordo Agosto para reiniciar as exportações de petróleo do Sudão do Sul.
No entanto, o Sudão insiste em primeiro chegar a um acordo de segurança. No sábado (22), o Sudão aceitou, sob condições, um mapa da União Africana para uma zona fronteiriça desmilitarizada depois de objectar à ideia por meses. Mas o porta-voz da delegação sudanesa disse hoje que a questão ainda não tinha sido resolvida e seria discutida na cúpula. O Sudão do Sul, por outro lado, já aceitou o mapa da UA.