Revés para o movimento armado Al-Shabab. Mais de 200 dos seus combatentes renderam-se às forças governamentais da Somália.
Uma sangrenta luta interna pelo poder, entre fações rivais, fragmentou parte do grupo, que se diz, agora, disposto a colaborar na estabilização do país.
Nada fazia antever esta deposição de armas, até porque, nas semanas anteriores, os insurgentes islâmicos tinham multiplicado os ataques, incluindo um que resultou na morte de um deputado.
O ministro somali do Interior, Abdisamed Mohamed Hassan, assegura que os dissidentes do Al-Shabab serão integrados no mercado laboral, em fábricas, por exemplo, e que o Estado “vai protegê-los”; caso contrário, se forem apanhados como combatentes, o destino “é a prisão”.
Um outro movimento associado ao Al-Shabab, o Hezbul Islam, também anunciou o seu afastamento, opondo-se à integração daquele grupo na Al-Qaeda e ao recrutamento de combatentes estrangeiros para impôr a lei islâmica na Somália.
Tudo isto colocou a nu outra questão: a do financiamento do Al-Shabab, que estará a beneficiar da compra de carvão, por parte da ONU, justamente em territórios dominados pelos rebeldes.