Equador e Reino Unido mantêm impasse sobre extradição de Assange

Equador e Reino Unido mantêm impasse sobre extradição de Assange

Os chefes da diplomacia do Equador e do Reino Unido, Ricardo Patino e William Hague, respetivamente, reuniram-se hoje em Nova Iorque, à margem da 67ª assembleia geral das Nações Unidas.

"Não vemos uma solução imediata", afirmou Patino, em declarações à comunicação social, após o encontro, reiterando a posição das autoridades de Quito de conceder asilo diplomático a Assange.  

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico insistiu que Londres não reconhece a figura legal do asilo diplomático e como tal "tem a obrigação de extraditar Assange para a Suécia", onde o fundador do WikiLeaks é acusado de dois crimes sexuais, indicou um porta-voz de Hague.  

Assange recusa a extradição para a Suécia, alegando que corre o risco de ser entregue aos Estados Unidos para responder na justiça por espionagem, após a divulgação pelo "site" de 250 mil telegramas diplomáticos secretos norte-americanos.  

O chefe da diplomacia britânica já afirmou que os receios de Assange ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos e de correr o risco de ser condenado neste país à pena de morte "são infundados".  

O Governo equatoriano anunciou a 16 de agosto que concedia asilo político a Assange.  

Na quarta-feira, o fundador do WikiLeaks pediu à administração de Barack Obama que acabe com a perseguição e exigiu garantias aos Governos do Reino Unido e Suécia de que não será extraditado para o território norte-americano.

"Estamos de acordo nos discursos que falam de alcançar a paz, contudo, o tempo das palavras acabou. Chegou a hora de os Estados Unidos pararem com a perseguição ao WikiLeaks, ao nosso pessoal e às nossas fontes", afirmou Assange, numa videoconferência durante uma iniciativa organizada na sede  das Nações Unidas.

O australiano, que interveio a partir da embaixada do Equador em Londres, disse que, até ao momento, nem o Reino Unido nem a Suécia deram garantias às autoridades equatorianas de que não será extraditado para os Estados  Unidos.

Lusa