Mineiros sul-africanos em greve impediram hoje o acesso a uma mina ainda em atividade da empresa Amplats perto de Rustenburg (norte), provocando confrontos com a polícia e deixando presos no subsolo cerca de 800 trabalhadores, informaram fontes concordantes.
“Estou no poço de Bathopele, o nosso poço é o único que ainda trabalha e há gente no exterior a lutar com a polícia, tenho medo e não sei como vamos sair”, declarou uma mineira numa entrevista telefónica à rádio pública SAfm.
A polícia regional não pode confirmar o incidente que terá terminado ao início da tarde, segundo um dos líderes da greve na Amplats, Gaddhafi Mdoda.
“Numerosos grevistas" dirigiram-se à mina hoje de manhã “para pedir à direção que permitisse que os colegas no subsolo se juntassem aos grevistas para lutar em conjunto” e “houve confrontos com a polícia quando esta tentou dispersá-los”, disse Mdoda à agência France Presse.
Mdoda acusou a direção de “atirar achas para a fogueira” ao enviar mensagens de telemóvel, ameaçando despedir aqueles que não vão trabalhar.
A mineira entrevistada pela SAfm afirmou ter medo dos colegas grevistas.
“Eles vivem no mesmo lugar que nós e se nós não ficarmos em casa, eles podem vir e matar a nossa família”, disse.
A tensão na região de Rustenburg mantém-se devido à greve que dura há mais de três semanas na Amplats, “número um” mundial da platina e filial da Anglo American.
Os grevistas exigem um forte aumento salarial e insistem nas reivindicações apesar do despedimento de 12.000 trabalhadores anunciado na sexta-feira.