O líder dos Socialistas Europeus no Parlamento Europeu (PE), Hannes Swoboda, exigiu hoje um pedido de desculpas a Durão Barroso e Angela Merkel pelo erro no impacto das medidas de austeridade no crescimento económico e criação de emprego.
"Foi irresponsável das instituições europeias basear a sua assessoria política em modelos económicos que têm provado ser altamente questionáveis", acusa Hannes Swoboda, no dia em que Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu que o efeito recessivo da austeridade é superior ao inicialmente previsto.
Na actualização do "Outlook" do FMI, publicação sobre perspectivas económicas da entidade, é reconhecido que as medidas de austeridade com o intuito de consolidar as contas públicas geraram um impacto negativo na economia maior do que o previsto.
Num capítulo intitulado "Estaremos a subestimar os multiplicadores orçamentais de curto prazo?", o Fundo diz que foi subestimado o impacto e o efeito negativo do ajustamento orçamental no crescimento e no emprego, gerando desse modo uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) e um desemprego acima das previsões da entidade.
Para os Socialistas Europeus, os "erros" da política recessiva têm gerado "enorme sofrimento" nos cidadãos, especialmente aqueles dos países, como Portugal, onde a 'troika' tem aplicado um programa de resgate financeiro.
Nesse sentido, o grupo pede à Comissão Europeia, na face do seu presidente, José Manuel Durão Barroso, e à chanceler alemã Angela Merkel um pedido de desculpas pelas políticas que têm vindo a ser aplicadas na Europa, em concreto na zona euro.
O FMI mostrou-se hoje mais pessimista quanto à evolução da economia global este ano e no próximo, e considera que o agravamento da crise no euro é um risco "alarmante".
A economia global vai crescer 3,3% este ano e 3,6% no próximo, enquanto a economia da zona euro vai encolher 0,4% este ano e aumentar apenas 0,2% em 2013.