Os chefes da rebelião muçulmana nas Filipinas assinaram hoje um acordo com o governo, que define as etapas de um processo de paz e deverá ser concluído até 2016, permitindo pôr fim a décadas de uma insurreição sangrenta.
Negociadores das duas partes assinaram "um roteiro" durante uma cerimónia transmitida na televisão nacional, no palácio presidencial, na presença do presidente Benigno Aquino e do chefe da Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI) , Murad Ebrahim.
"Eu venho aqui com espírito de paz, para forjar uma parceria de paz, com base num acordo quadro entre o FMLI e o governo filipino", declarou o chefe do movimento rebelde num discurso no palácio.
"Nós estendemos a mão da amizade e da parceria ao presidente e ao povo filipino", adiantou.
O presidente Aquino, envolvido nas negociações desde que assumiu o poder em 2010, considerou que este acordo representava uma oportunidade para "chegar finalmente a uma paz real e durável".
Murad Ebrahim é o primeiro chefe do FMLI a ser convidado para o palácio presidencial, símbolo da esperança que anima as duas partes em relação ao fim do conflito, do qual resultaram 150 mil mortos em 40 anos e centenas de milhares de deslocados.
O acordo prevê nomeadamente criar uma zona semi-autónoma nas ilhas de Mindanao, no sul do arquipélago, onde vivem entre quatro e nove milhões de muçulmanos, neste país maioritariamente católico.
Lusa