O novo poder líbio não pode deixar impunes os autores de execuções sumárias, alerta a Human Rights Watch. A organização de Direitos Humanos apresentou um relatório que detalha as últimas horas da ditadura de Muammar Kadafhi. A ONG questiona a versão oficial da morte do ex-dirigente líbio: as autoridades de Tripoli dizem que Kadhafi foi apanhado num fogo cruzado. A Human Rights Watch fala também de execuções sumárias de apoiantes do ditador.
“Não pode haver indulgência por parte do novo governo e deixar estes crimes impunes. É muito perigoso, porque, de uma certa forma, transmite a mensagem que este tipo de abusos contra partidários de Kadhafi, sejam elementos de forças de segurança ou políticos, se ficarem impunes são autorizados. E isto pode deixar a porta aberta ao tipo de homicídios premeditados que se têm registado no leste da Líbia” – afirma Heba Morayef, da Human Rights Watch.
A ONG recolheu imagens filmadas por telemóveis e testemunhos de rebeldes e de sobreviventes pró-Kadhafi. Dois dias depois da batalha final em Sirte, a Human Rights Watch descobriu seis dezenas de cadáveres num hotel, alguns ainda com as mãos atadas atrás das costas. Muitas das vítimas tinham sido filmadas após a sua captura pelas milícias rebeldes.
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