A eleição do Ruanda para o Conselho de Segurança da ONU, um órgão que fiscaliza a paz mundial, provocou polémica porque este país africano foi recentemente criticado pelas Nações Unidas por causa da "guerra do ouro azul", um conflito com a vizinha República Democrática do Congo.
O "ouro azul" é um hipercondutor usado em aparelhos eletrónicos, como telemóveis e computadores portáteis. Chamam-llhe coltan, nome abreviado de um composto mineral: a columbita e a tantalita.
Mais de 60 por cento das reservas mundiais de coltan estão na República Democrática do Congo. A cobiça de alguns domina um país pobre e o negócio do coltan tem servido para alimentar guerras entre grupos armados pela posse das minas.
Embora o "ouro azul "não tenha sido a principal causa da guerra do Congo, porque há complicações étnicas e territoriais, é o minério que alimenta a guerra.
O relatório da ONU aponta o dedo aos países vizinhos e não são suspeitas. Ruanda e Uganda são acusados formalmente pelas Nações Unidas de alimentar os rebeldes no antigo Congo belga.
Dois motivos são apontados para justificar este possível apoio: o interesse em extrair o ouro azul, em minas onde muitos trabalham em quase escravidão; e claro, o confronto de mais de meio século entre os povos hutu e tutsi.