Grupos islamitas armados que controlam o norte de Mali

Grupos islamitas armados que controlam o norte de Mali

O norte do Mali, uma região desértica que representa dois terços de seu território é controlado desde o final de junho por grupos armados aliados à Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI), que defendem uma estrita aplicação da sharia (lei islâmica) em todo o país.

O norte caiu nas mãos de islamitas armados que se aproveitaram do golpe de Estado militar contra o presidente Amadou Toumani Touré em 22 de março. Estes grupos excluíram seus antigos aliados do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA, rebelião Tuareg), que havia começado a ofensiva em janeiro.

AL-QAEDA NO MAGREB ISLÂMICO (AQMI)

Surgido do Grupo Salafista para a Pregação e Combate (GSPC) argelino, a AQMI jurou fidelidade à Al-Qaeda e dispõe desde 2007 de bases no norte do Mali, onde regularmente lança ataques e sequestros de ocidentais em vários países do Sahel. A AQIM é dirigida por argelinos, incluindo Abdelhamid Abu Zeid que reside em Timbuktu (noroeste) e Abu Yeyai Hamam, novo emir da AQMI no Saara e do Sahel.

Timbuktu se tornou o reduto do grupo.

ANSAR DINE (DEFENSORES DO ISLÃ)

Liderado por Iyad Ag Ghaly, ex-militar e ex-membro das rebeliões tuaregues nos anos 1990 no Mali, o Ansar Dine ganhou destaque este ano. O grupo foi reforçado com combatentes que eram membros ativos do ramo norte-africano da Al-Qaeda.

Ao contrário da rebelião tuaregue do MNLA, Ansar Dine não reivindica a autodeterminação do norte.

Um porta-voz afirmou recentemente que o movimento rejeitou o "terrorismo" e que estava pronto para negociar a "paz" em Bamako.

O bastião do Ansar Dine é a cidade de Kidal e sua região (nordeste).

O MOVIMENTO PARA A UNIDADE E A JIHAD EM ÁFRICA OCIDENTAL (MUJAO)

O MUJAO, apresentado por muito tempo como dissidente da AQMI, defende a jihad (guerra santa) na África Ocidental. Reivindicou sequestros em Gao (nordeste) e na Argélia, onde também realizou vários ataques contra as forças argelinas.

Este grupo tomou o controle de Gao, expulsando o MNLA da cidade no final de junho, após violentos confrontos que deixaram pelo menos 35 mortos. A AQIM revelou seu envolvimento nesses confrontos e sua intervenção contra o MNLA.

Nove europeus são reféns da AQMI. O MUJAO mantém ao menos três reféns argelinos.

Vários testemunhos, confirmados por uma fonte da segurança do Mali, relatou a recente chegada de "centenas" de jihadistas estrangeiros, incluindo alguns da Europa, para lutar ao lado de grupos islâmicos no caso de uma intervenção internacional armada. O MNLA negou "formalmente".