Os Estados Unidos acompanham de perto o desenvolvimento dos acontecimentos no Egipto, onde milhares de manifestantes protestam no Cairo contra a ampliação de poderes que o presidente Mohamed Mursi se atribuiu.
A situação evolui, disse a porta-voz do departamento de Estado, Victoria Nuland, relativizando temores de que o islamita Mursi, eleito após a deposição de Hosni Mubarak em 2011, se estiver se tornando em um autocrata.
"A situação continua sendo pouco clara", disse Nuland a jornalistas, acrescentando que Washington continua "consultando com várias partes para compreender como avaliam a situação".
O governo de Barack Obama quer que se ponha fim "ao impasse constitucional (...) que protege um trânsito positivo, democrático para a Constituição, protege o equilíbrio de poderes, protege os direitos de todos os egípcios".
Os manifestantes egípcios reagem a um decreto anunciado por Mursi na semana passada, que o habilita a "aprovar qualquer resolução ou lei em forma definitiva e não sujeita à apelação".
O decreto é questionado pelo poder judicial e consolidou uma oposição muito dividida, que o acusa de assumir poderes ditatoriais, incrementando os temores de que os grupos islâmicos estenderão sua influência.
Nuland destacou que Mursi manteve conversas com membros do poder judicial e outros líderes egípcios depois de emitir o decreto.
"Acho que ainda não sabemos qual será o resultado destas conversações, mas esta atitude está longe da autocrata que diz, 'É o que eu digo ou nada'", acrescentou.
No domingo, Mursi argumentou que seu decreto é temporário até que uma nova Constituição pós-Mubarak seja aprovada e se celebrem eleições.
No entanto, colunas de manifestantes avançavam esta terça até a célebre praça Tahrir, no centro da cidade, aonde chegava cada vez mais gente protestando contra a orientação "ditatorial" do novo poder.