A circulação livre de capitais apresenta alguns riscos, sobretudo nas economias emergentes, e deve ser regulamentada. O Fundo monetário internacional (FMI) vira página, abrindo a medidas de controle sobre fluxos de capitais em defesa da estabilidade e do rigor.
Num relatório publicado ontem, o instituto de Washington elaborou um percurso que consentirá «aumentar os benefícios e minimizar os riscos» da liberalização dos fluxos de capitais, que hoje representam mais de 20% do pib mundial. Talvez ainda seja cedo para falar de mudança histórica, como muitos fizeram. Mas trata-se efectivamente de uma mudança importante em linha com os pedidos dos Brics, os países emergentes. No documento do instituto afirma-se que «os fluxos de capitais podem ocasionar benefícios importantes para algumas nações-membros do Fundo e para a economia global». Todavia, os fluxos «implicam também riscos porque podem ser variáveis e amplos em relação às dimensões dos mercados domésticos», e por conseguinte os passos em vista de uma liberalização completa «devem ser planificados adequadamente, garantindo benefícios superiores aos custos».