A NATO detectou novos ataques com mísseis Scud na Síria. Segundo a organização, as forças do regime lançaram este tipo de mísseis na quinta-feira, no que o secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, descreve como “um acto desesperado de um regime que se aproxima do colapso”.
Na semana passada, a Administração norte-americana confirmara que as forças leais ao Presidente sírio tinham disparado mísseis Scud contra os rebeldes pela primeira vez em 20 meses de conflito.
A violência indiscriminada da resposta do regime sírio à revolta inicialmente pacífica, que começou no início de 2011, está amplamente documentada, incluindo em vários relatórios da ONU. O diário The New York Times publica nesta sexta-feira mais uma descrição, desta feita de um ataque com bombas de fragmentação, “uma arma impossível de usar com precisão”, que atingiu apenas civis.
Quatro mortos e 23 feridos é o resultado desse ataque nas contas do hospital local de Marea, uma pequena cidade na província de Alepo, no Norte do país, mas os jornalistas do Times, que chegaram pouco depois do bombardeamento, contam que muitos feridos foram levados para a Turquia.
As bombas de fragmentação rebentam no ar e libertam uma série de explosivos que voam em todas as direcções. Os jornalistas identificaram três das vítimas mortais do ataque em Marea, no dia 12 deste mês: Nabhan al-Haji, de 18 anos, estava num cruzamento junto a um ponto de recolha de água quando foi morto; Ahmad Najjar Asmail, conduzia uma moto quando uma das sub-munições caiu perto dele, decapitando-o; Ramy Naser, de 15 anos, foi outra vítima.
O uso de bombas de fragmentação é proibido em grande parte do mundo. A Síria, tal como os Estados Unidos, não integra a convenção internacional contra o seu uso – aliás, Washington e Londres usaram estas munições no Afeganistão e no Iraque.
Já tinha havido notícias sobre o uso de bombas de fragmentação de fabrico russo na Síria. Tal como já se sabia que Marea tem sido repetidas vezes atacada por várias armas assustadoras. Na quinta-feira, os residentes descrevem ter sido atacados por mísseis cruzeiro, talvez Scud.
Desde Março de 2011, quando se realizaram as primeiras manifestações pacíficas em protesto contra Assad, já morreram 44 mil sírios, de acordo com a ONG Observatório dos Direitos Humanos, um grupo ligado à oposição.