O nacionalista Artur Mas tomou posse nesta segunda-feira como presidente do governo regional catalão, para um novo mandato de quatro anos, durante o qual prometeu defender com firmeza o referendo de autodeterminação.
Em seu discurso de posse, diante de representantes dos partidos políticos catalães e do governo de Madrid, Mas pediu "o reconhecimento explícito do direito que a Catalunha tem, como qualquer povo do mundo, de exercer sua autodeterminação".
Em um clima de crescente fervor separatista ampliado pela crise econômica, que afeta esta grande região do nordeste da Espanha de 7,5 milhões de habitantes, Mas concordou com a oposição independentista catalã de convocar uma consulta soberana em 2014.
"Como enfrento este momento único?", perguntou o líder nacionalista. "Eu enfrento com um compromisso total para vencer todas as dificuldades que encontrarmos, enfrento com uma vontade de ferro para superar os obstáculos", afirmou, consciente de que o executivo espanhol de Mariano Rajoy fará todo o possível para impedir uma consulta contrária à Constituição espanhola.
"Todos estamos submetidos ao império da lei", disse Rajoy em relação ao projeto de referendo catalão em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal conservador espanhol El Mundo. "E a lei também será cumprida na Catalunha", enfatizou.
Rajoy reconheceu, contudo, ver com preocupação os planos do executivo de Mas, "um governo que se compromete a fazer coisas que, do ponto de vista econômico, não têm o mínimo sentido".
Com 200 bilhões de euros, o PIB da Catalunha representa 20% do total da Espanha. Em meios empresariais há uma preocupação com as consequências de uma eventual separação tanto para a economia regional como para a nacional.
"Tudo o que está acontecendo é ruim para a Catalunha e é ruim para o conjunto da Espanha", afirmou Rajoy.