Uma polícia afegã matou, a tiro, um conselheiro de segurança norte-americano na principal esquadra de Cabul.
Este é o primeiro caso de um ataque levado a cabo por uma mulher – e ainda um raro caso de um ataque no interior de um edifício oficial, ainda que no início do ano um ataque tenha matado dois responsáveis do Ministério do Interior dentro do seu próprio edifício.
A vítima era um civil norte-americano que trabalhava como conselheiro na polícia afegã, segundo o porta-voz da força internacional da NATO no Afeganistão, major Martyn Crighton.
A mulher, de 40 anos e que seria membro das forças de segurança há dois anos, foi detida. Uma testemunha diz que depois de ter entrado na esquadra perguntando pelo chefe da polícia, ela disparou contra o americano. Após o ataque, parecia confusa, chorando e perguntando: “O que fiz?” O americano ficou ferido com gravidade e acabou por morrer no hospital.
Ninguém reivindicou o ataque. As suspeitas estão a cair sobre os taliban, apesar de os ultraconservadores não costumarem ter mulheres nas suas fileiras.
Maior risco para a missão internacional
Os ataques em que elementos das forças de segurança afegãs matam elementos estrangeiros ou das suas próprias forças estão a aumentar: mais de 60 soldados e conselheiros civis foram mortos este ano, comparando com 35 mortes em 2011.
Neste momento estas mortes são já uma em cada seis em toda a força da NATO no Afeganistão, o que coloca maiores riscos à missão que cada vez se foca mais no treino de forças locais.
No entanto, a NATO atribui apenas um quarto destes ataques aos taliban, dizendo que os outros são causados por questões pessoais e mal entendidos.
Ainda no domingo, pelo menos cinco polícias foram mortos por um colega no Norte do Afeganistão.
A NATO tem agentes infiltrados tentando encontrar simpatizantes dos taliban que estejam também infiltrados nas forças de segurança afegãs, e está a criar um sistema de “anjo da guarda”: soldados que protegem outros soldados.