Cerca de vinte personalidades internacionais, como o ex-presidente francês Jacques Chirac e o ex-pugilista Mohamed Ali, pediram à ONU que "cumpra seu mandato" de estabilização na República Democrática do Congo (RDC), em um artigo publicado nesta quarta-feira no jornal francês Le Monde.
O texto também está assinado pelo ex-presidente senegalês Abdou Diouf, pela liberiana Leymah Gbowee, prêmio Nobel da Paz 2011, pelo ginecologista do Congo Denis Mukwege e por Valérie Trierweiler, companheira do presidente francês François Hollande.
No Kivu, cidade do leste da RDC onde a rebelião do Movimento de 23 de março opera, está a ocorrer "um drama que a comunidade internacional pode deter", advertem os signatários.
"Bastaria dar uma ordem aos 17.000 soldados (da missão da ONU) para que façam seu trabalho e cumpram seu mandato", acrescentam.
"Nestes últimos dias, o horror superou um novo nível. Esquadrões como o grupo batizado de M23 fazem incursões em Goma e semeiam o terror na sua periferia", lamentam os signatários.
Situada no leste da RDC, a região de Kivu segue agitada desde que a rebelião do M23 se retirou de Goma, em 1 de Dezembro, depois de tê-la ocupado por 11 dias.
Os rebeldes aceitaram a retirada em troca de negociações de paz, que seguem suspensas até o início de Janeiro, sem que até o momento tenham ocorrido avanços.
O M23 é formado por ex-rebeldes que depois de se integrarem no exército regular do Congo em 2009 se amotinaram em abril e desde então combatem as forças armadas na região de Kivu.