As autoridades chinesas confiscaram televisores de 300 mosteiros em uma parte fortemente tibetana do oeste do país e desmontaram o equipamento de satélite que transmite programas "anti-China", motivadas por autoimolações tibetanas na região.
Noventa e quatro tibetanos, incluindo 81 este ano, atearam fogo a si mesmo, em protesto contra o governo chinês. Cinco autoimolações ocorreram na prefeitura dominada por tibetanos de Huangnan, na província de Qinghai, disse a agência estatal de notícias Qinghai nesta quinta-feira.
O governo de Huangnan disse que sua abordagem no combate às autoimolações envolve "guiar a opinião pública sobre a questão do Dalai", aumentar as patrulhas e "bloquear informações prejudiciais de fora", de acordo com a agência de notícias, que é gerida pelo governo Qinghai.
"Neste momento crítico, para manter a estabilidade social na prefeitura de Huangnan... (devemos) reforçar as medidas e totalmente combater a batalha especial contra autoimolações", diz o artigo.
"Nós não sabemos nada sobre isso", afirmou um oficial do governo da prefeitura de Huangnan à Reuters por telefone, quando questionado sobre a reportagem, antes de desligar.
Pequim considera o Nobel da Paz, o Dalai Lama, que fugiu da China em 1959 após um levante fracassado contra o domínio chinês, um separatista. O Dalai Lama diz que está apenas à procura de uma maior autonomia para sua terra natal no Himalaia.
O artigo relata que as áreas agrícola e pastoris da prefeitura contavam com o equipamento de satélite "para ver e ouvir programas anti-China do exterior".
O governo local ia investir 8,64 milhões de yuans (1,39 milhões de dólares) para instalar 50 transmissores que transmitem 70 por cento dos canais de televisão da prefeitura, segundo a reportagem.
A China tem repetidamente denunciado o Dalai Lama e os grupos de exilados tibetanos por fomentar as autoimolações.
Os Estados Unidos e vários outros países pediram à China para acabar com as políticas repressivas e negociar com o Dalai Lama.
Pequim tem defendido seu governo com mão de ferro no Tibete, dizendo que a remota região sofria de extrema pobreza, exploração brutal de servos e estagnação econômica até 1950, quando as tropas comunistas "pacificamente libertaram" a região.
Reuters