A ONU e os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira a retirada de seu pessoal não essencial e suas famílias da República Centro-Africana, diante do avanço das forças rebeldes sobre a capital, Bangui.
Ao final de mais de duas semanas de operações armadas, os rebeldes do grupo Seleika chegaram aos subúrbios da capital, mas informaram que não pretendem conquistá-la.
Mas o porta-voz da ONU Martin Nesirky estimou que "a mensagem dos rebeldes é contraditória e seu avanço militar parece indicar que planejam tomar Bangui".
A saída "temporária" de 200 pessoas que trabalham para a ONU na República Centro-Africana constitui "uma medida de precaução para reduzir a presença" do organismo "caso a situação se deteriore em Bangui", disse Nesirky.
O departamento americano de Estado "autorizou no dia 23 de dezembro a partida dos familiares e pessoal não essencial" de sua representação diplomática em Bangui. Dois dias depois, a embaixada "alentou fortemente a todos os americanos a abandonar o país" até que a situação melhores", disse à AFP o porta-voz Patrick Ventrell.
Os rebeldes do Seleka convocaram nesta quarta-feira o regime a entregar as armas, porque considera inútil uma batalha em Bangui diante de um presidente, François Bozizé, que "já perdeu o controle do país".
Um contingente do exército do Chade, que chegou na semana passada como "força de interposição", segundo Yamena, encontra-se posicionado no último cruzamento da estrada que leva a Bangui, e parece ser o último obstáculo contra o avanço dos rebeldes.
Após mais de 15 dias de operações e de conquista de cidades sem encontrar resistência, o Seleka afirmou que "por medida de segurança e proteção das populações civis, já não considera necessário travar a batalha de Bangui (...) já que o general François Bozizé perdeu o controle do país".