As Forças Armadas da Índia cancelaram as celebrações de Ano Novo nesta segunda-feira, refletindo o clima pesado em todo o país após o estupro seguido de assassinato de uma estudante, crime esse que provocou protesto internacional.
Clubes sofisticados, políticos e indianos comuns também cancelaram as festas em respeito à mulher de 23 anos que morreu no sábado após duas semanas do ataque brutal contra ela.
O ataque provocou protestos e um debate nacional que revelaram fissuras profundas na sociedade indiana, em que a visão patriarcal sobre as mulheres entram em confronto com uma cultura urbana em crescente modernização.
Autoridades reprimiram manifestações no coração de Nova Délhi antes do Natal, mas centenas de pessoas se juntaram para diversas vigílias na noite desta segunda-feira e mais eventos estavam planejados em Nova Délhi.
O Exército, a Marinha e a Aeronáutica receberam ordens para cancelar quaisquer festas, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa.
"Não há celebração de Ano Novo. (...) Haverá um tributo à luz de velas. (...) Depois disso, o clube será fechado", disse o secretário do Delhi Golf Club, Rajiv Hora, no centro da cidade.
O ataque de 16 de dezembro evidenciou uma epidemia de violência contra mulheres na Índia, onde um estupro é registrado em média a cada 20 minutos.
A polícia deteve cinco homens e um adolescente em conexão com o crime e é provável que apresente acusações de homicídio ainda nesta semana. Promotores devem propor sentença de morte para os adultos.