Um jornalista americano independente que nos últimos meses forneceu vários vídeos à Agência France-Presse (AFP) sobre a situação na Síria foi sequestrado no final de novembro, no norte do país, informou nesta quarta-feira sua família.
James Foley, de 39 anos, é um experiente repórter de guerra que, nos últimos anos, cobriu inúmeros conflitos. Até a véspera de seu desaparecimento, ele fornecia à AFP material gravado na província síria de Idlib.
Segundo testemunhos, ele foi sequestrado em 22 de novembro perto da cidade de Taftanaz por quatro indivíduos armados com kalashnikovs, que pouco depois libertaram o motorista de seu carro e seu intérprete. Desde então, seus familiares carecem de notícias sobre seu paradeiro.
Foley viajava acompanhado por outro jornalista, que também está desaparecido, mas cuja família prefere que sua identidade não seja divulgada por ora.
James Foley também trabalha para o GlobalPost, um portal americano de notícias internacionais, e para algumas televisões americanas.
Seus familiares pediram para manter a discreção sobre seu sequestro, na esperança de que isto possa facilitar sua libertação. Mas, passadas seis semanas, decidiram tornar pública a informação.
A família abriu uma página e um perfil no Facebook (www.freejamesfoley.org e http://www.facebook.com/freejamesfoley).
Em 2011, James Foley passou 43 dias detidos na Líbia pelo regime de Muamar Kadhafi.
Seu sequestro na Síria não foi reivindicado até o momento por nenhuma organização e pode ser obra de bandos criminosos, de islamitas radicais ou grupos vinculados ao governo.
Um jornalista americano da NBC News, Richard Engel, e os membros de sua equipe permaneceram sequestrados cinco dias e foram libertados em 18 de dezembro, depois de um tiroteio entre seus captores e um grupo rebelde. Segundo o repórter americano, eles ficaram em mãos de pessoas favoráveis ao regime de Bashar al Assad.
A AFP, solidária com James Foley e seus familiares, se mobilizou de imediato pela libertação do jornalista. "Estamos em contato com a família e amigos do jornalista. Por outra parte, multiplicamos os contactos e tomamos todas as medidas que possam ajudar em sua libertação", declarou o presidente e diretor-geral da AFP, Emmanuel Hoog.
"É um jornalista profissional e sua neutralidade neste conflito é absoluta. Seus sequestradores, sejam quem forem, devem libertá-lo de imediato", acrescentou.
Desde março de 2012, James Foley forneceu cerca de 30 reportagens de vídeo à AFP.