O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Rui Nené, empossado no cargo há menos de um mês, apresentou hoje a demissão ao presidente do parlamento, Ibraima Sori Djaló, disse à Lusa fonte parlamentar.
Rui Nené tomou posse a 13 de dezembro, apesar da polémica suscitada por um conjunto de pequenos partidos que questionavam a nomeação do também juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para o cargo e depositaram na mesma instância um pedido de impugnação da eleição para o cargo de presidente da CNE.
Para o grupo, constituído por partidos que apoiam o Governo de transição, formado na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, a eleição de Rui Nené, decidida no parlamento, "não obedeceu aos critérios plasmados no pacto de transição nem ao acordo politico que regem o período de transição", em curso na Guiné-Bissau.
O presidente da CNE disse na altura que pediu a suspensão de mandato enquanto juiz conselheiro do STJ e consequentemente não iria ocupar o cargo de vice-presidente do órgão para o qual foi eleito pelos seus pares, no mesmo dia em que foi indigitado presidente da comissão eleitoral.
"A crítica em democracia é normal, desde que seja bem fundamentada", observou então Rui Nené, que substituíra Desejado Lima da Costa, falecido recentemente em Portugal, vítima de doença.
No dia da posse, o presidente do Parlamento, Ibraima Sory Djaló afirmou, por seu lado, que a eleição de Rui Nené para presidente da CNE "obedeceu aos critérios legais" e que este iria substituir Lima da Costa e "prosseguir com o excelente trabalho" desenvolvido pelo defunto presidente do organismo eleitoral.