O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, e seu colega sul-sudanês, Salva Kiir, reuniram-se este sábado em Adis Abeba, sob a supervisão da União Africana (UA), pela primeira vez depois que, em setembro, os dois chefes de Estado, que se enfrentam, assinaram uma série de acordos que não deram resultado.
Este sábado foi celebrada a primeira reunião na presença do mediador da UA, o ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki, e do premier etíope, Hailemariam Desalegn.
O Sudão do Sul conquistou sua independência em julho de 2011, em virtude de um acordo de paz que pôs fim a uma longa guerra civil (1983-2005) que deixou dois milhões de mortos. Mas as questões pendentes envenenam as relações entre os dois países e os combates ocorridos na primavera os levaram à beira de um novo conflito.
Os dirigentes do Sudão e do Sudão do Sul chegaram à capital etíope na tarde de sexta-feira para participar destas conversações organizadas pela UA e iniciaram discussões, cada um em separado, com os mediadores, segundo diplomatas e uma jornalista da AFP. A reunião deste sábado deve se prolongar à tarde.
As negociações entre os dois países se concentram especialmente na distribuição dos recursos petroleiros, o status que terão os moradores de cada Estado no território do outro, a definição da fronteira e o futuro da zona fronteiriça de Abyei.
Os acordos que Al-Bashir e Kiir assinaram há três meses ainda não entraram em vigor.
Os dois dirigentes entraram em acordo nos termos da retomada da produção petroleira do Sudão do Sul, cuja exportação depende dos oleodutos do norte e que permanece suspensa desde janeiro de 2012, por decisão de Juba (capital do Sudão do Sul), depois de um desacordo com Cartum (capital do Sudão), pondo em dificuldades as economias dos dois países.
Também decidiram criar uma zona desmilitarizada em sua fronteira comum.
No entanto, a produção petroleira não foi retomada ainda e a delimitação de uma zona desmilitarizada gera problemas.
A posição sobre Abyei, uma região grande do tamanho do Líbano, rica em petróleo e que os dois países reivindicam, parece inamovível. Atualmente, capacetes azuis etíopes controlam o local.