O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje que Israel vai erguer um muro de segurança ao longo da fronteira com a Síria, semelhante ao que construiu na Palestina e no Egipto.
No início da reunião semanal do governo, Benjamin Netanyahu justificou a construção desta linha de segurança electrificada com a protecção do Estado hebraico contra "infiltrações e terrorismo".
No mesmo sentido, recordou, está quase terminada a nova barreira ao longo da fronteira com o Egipto, na zona da Península de Sinai, que substituirá a antiga separação.
"Tencionamos estender uma barreira idêntica, com necessárias alterações devidas às distintas condições, ao longo dos Montes Golã", afirmou o primeiro-ministro israelita, referindo-se ao território que Israel conquistou à Síria durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Os Montes Golã -- que continuam a ser reivindicados por Damasco -- foram posteriormente anexados por Israel em 1981, numa manobra nunca reconhecida pela comunidade internacional.
Segundo disse uma fonte de segurança à AFP, o muro ao longo da fronteira com a Síria será construído por cima da antiga linha de separação.
De acordo com a mesma fonte, Israel já completou cerca de dez quilómetros da barreira, mas ainda faltam outros 60, que poderão estar concluídos durante este ano.
"Sabemos que, do outro lado da fronteira, o exército sírio recuou e agentes terroristas mundiais tomaram o seu lugar", adiantou.
No caso da Síria, "a questão das armas químicas" preocupa ainda mais Israel, que, em colaboração com os Estados Unidos e outros países, está a avaliar a situação, de forma a preparar-se para "qualquer cenário".
A Síria vive uma sangrenta guerra civil desde a revolta popular desencadeada em Março de 2001, que opõe o regime de Bashar al-Assad, no poder desde 2000, e as forças de oposição, e já causou mais de 60 mil mortos, segundo as Nações Unidas.