Um dos membros da delegação dos rebeldes centro-africanos às negociações intercentro-africanas de Libreville afirmou esta quarta-feira esperar “negociações abertas”, excluindo “qualquer irredutibilidade” sobre a demissão do poder do Presidente Fançois Bozizé.
«O desafio, para nós, é instalar rapidamente uma equipa sólida em Bangui capaz de assumir um plano Marshal para a República Centro-Africana com o apoio da comunidade internacional. É preciso evitar que uma geração de Centro-Africanos prejudique o futuro do país”, declarou por telefone à PANA Christophe Gazam Betty, representante da Convenção dos Patriotas para a Paz e Justiça (CPJP) no seio de Séléka.
Segundo ele, é preciso, sem esperar o fim das negociações intercentro-africanas de Libreville, restabelecer a coesão nacional da República Centro-Africana (RCA) prejudicada pela amálgama entre rebeldes e muçulmanos.
«Uma parte da comunidade nacional foi indexada e diabolizada desde o início da revolta. Nós devemos rapidamente repor os laços distendidos com os nossos irmãos centro-africanos de confissão muçulmana. O impacto é mobilizar-nos para relançar a RCA», acrescentou Betty, responsável dos Assuntos Políticos e Diplomáticos da CPJP.
As delegações do poder, da rebelião armada e da oposição desarmada testemunharam quarta-feira, em Libreville, a abertura de negociações intercentro-africanas sob a égide da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).
«A negociação impõe-se mais do que nunca. Nós apelamos às partes para responder sem delonga ao convite da CEEAC de iniciar negociações de paz em Librevile”, disse o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros, no fim de semana passado.
A organização Internacional da Francofonia (OIF) encorajou igualmente a realização sem delonga de um diálogo político que considere os elementos suscetíveis de garantir a paz e a construção democrática duradouras na República Centro-Africana.
A progressão dos rebeldes para Bangui, a capital centro-africana, foi contida em Damarra, a cerca de 75 quilómetros da cidade, pela Força Internacional Africana na RCA (FOMAC), apoiada por um contingente tchadiano de cerca de 400 homens.
Cerca de 400 militares sul-africanos chegaram ao território centro-africano enquanto França elevou o número dos seus soldados presentes neste país para mais de 500.