Um avião militar sírio bombardeou neste sábado bairros nas cercanias de Damasco após o mau tempo ter deixado as aeronaves em solo por uma semana, disseram ativistas da oposição na capital.
Jatos e helicópteros dispararam mísseis e soltaram bombas em uma série de cidades a leste de Damasco, onde rebeldes pressionaram as forças de solo leais ao presidente Bashar al-Assad.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo ligado à oposição com sede na Grã-Bretanha, afirmou que não tinha informações imediatas sobre mortes por causa dos ataques em bairros como Maleiha e regiões rurais.
Os rebeldes controlam amplas regiões rurais na Síria, mas não conseguem vencer as forças de Assad nas cidades, onde o Exército reforçou suas posições.
Na sexta-feira, rebeldes tomaram controle de uma das maiores bases de helicóptero da Síria, a Taftanaz, na província de Idlib, na primeira vez que a oposição capturou um campo aéreo.
No total, 86 pessoas foram mortas na sexta-feira, incluindo 30 civis, disse o Observatório. A entidade informou que houve ataques aéreos em Rastan, na província de Homs.
Negociações entre Rússia e Estados Unidos não avançaram na sexta-feira, na mais recente tentativa de se chegar a um consenso nos esforços para encerrar a revolta, que dura 21 meses e matou mais de 60 mil pessoas.
Os Estados Unidos, que apoiam os rebeldes, dizem que o futuro da Síria precisa ser sem Assad, enquanto a Rússia, principal fornecedora de armamentos ao país, disse antes das negociações que a saída do presidente não pode ser uma precondição para as negociações.
"Salientamos novamente que a nossa visão é de que não há solução militar para esse conflito", afirmou o mediador internacional Lakhdar Brahimi, em pronunciamento conjunto lido após as conversas de Genebra, com o vice-secretário de Estado dos EUA, William Burns, e o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Mikhail Bogdanov.
Perguntado por um repórter se havia algum progresso concreto, ele disse: "Se você está perguntando se há uma solução à vista, não estou certo de que esse é o caso".