O Mali pediu nesta terça-feira ajuda para "combater os islamitas", antes de uma reunião em Bruxelas entre a ONU, a União Africana (UA) e representantes da comunidade internacional com o objetivo de alcançar uma solução pacífica a longo prazo no país africano.
"Todo o mundo está aqui. Esta ameaça envolve os países civilizados", salientou o ministro das Relações Exteriores de Mali, Tieman Coulibaly.
"O mundo inteiro deve nos respaldar para combater os jihadistas em nosso território", acrescentou.
O objetivo da reunião em Bruxelas é encontrar uma solução duradoura e a longo prazo para o país, uma vez que finalize a intervenção francesa no país africano.
"Necessitamos nos preparar para o futuro", disse uma autoridade europeia, um dia antes da reunião.
"Quando um Estado cai precisamos reconstruí-lo, como se fosse Humpty Dumpty", acrescentou a fonte, que pediu anonimato.
O exército francês continuou na segunda-feira a ofensiva perseguindo os grupos armados islâmicos no norte do Mali, onde acredita-se que mantêm em seu poder sete reféns franceses.
Em Paris, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o dirigente da França, François Hollande, concordaram na necessidade de estabelecer o quanto antes uma força africana no Mali, para logo colocá-la sob a direção da ONU.
"Os Estados Unidos e a França concordam na necessidade de instituir tão rápido quanto possível a missão internacional liderada por africanos no Mali e passá-la tão rápido como a cautela permita às Nações Unidas", afirmou Biden, após encontrar-se em Paris com Hollande.
Os islamitas, obrigados a abandonar as cidades de Gao, Tombuctú e Kidal, no norte, se refugiaram no em Ifoghas, situado a 1.500 km ao nordeste de Bamako, próximo da fronteira com a Argélia.
Em Ifoghas, em suas montanhas e grutas, berço dos tuareg, se escondem uma grande parte dos chefes e combatentes islamitas e se encontram os depósitos de armas e tanques de combustível, segundo analistas e fontes de segurança da região.
Nesta área também devem estar os reféns franceses sequestrados no Níger e no Mal, em 2011 e 2012, pelos grupos Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), o Movimento para a Unidade e o Jihad na África Ocidental (MUYAO).