A polícia chinesa prendeu sete camponeses que ajudaram um activista tibetano a imolar-se, anunciou a imprensa oficial de Pequim. Foi mais uma tentativa de travar a vaga de suicídios pelo fogo destinados a protestar contra a ocupação chinesa no Tibete, uma vez que desde a Primavera de 2011 cerca de 90 pessoas, sobretudo monges, pegaram fogo a elas próprias nesta luta.
Muitas destas pessoas que se imolaram, homens e mulheres, morreram. A última morte ocorreu no sábado, um monge de 19 anos.
As autoridades de Pequim tinham anunciado em Dezembro de 2012 que qualquer pessoa que encorajasse ou não impedisse uma imolação seria presa e acusada de homicídio. O mesmo anúncio oferecia cerca de quatro mil euros (50 mil yuan, a moeda interna da China) por informações sobre gente que planeasse este tipo de protesto contra a presença chinesa no Tibete.
De acordo com a agência noticiosa oficial, a Xinhua, as prisões agora noticiadas prendem-se com a imolação, em Outubro, de Sangye Gyatso, de 26 anos, que pegou fogo a si próprio na cidade de Hezuo. As autoridades chinesas consideram que estas pessoas estão a ser manipuladas pelo Dalai Lama, o líder espiritual do Tibete que vive no exílio. O Tibete foi ocupado pela China (que considera a região parte do seu território) na década de 1950. Até então, esta região no Norte da cordilheira do Himalaias unificada no século VI e que esteve por diversas vezes sob o domínio dos imperadores da China foi dirigida pelo Dalai Lama como território independente.
Em 1913, o 13.º Dalai Lama foi expulso pela China que criou a Autoridade Autónoma do Tibete, não reconhecida pelas Nações Unidas. Em 1959, o Dalai Lama fugiu da região e criou o Governo tibetano no exílio, na Índia.
As imolações têm ocorrido no próprio Tibete e nas regiões chinesas onde existem grupos de tibetanos, que exigem a independência. A Xinhua noticiou que alguns amigos de Sangye Gyatso o incitaram a imolar-se e a tornar-se um herói da luta pela independência. Foram esses que foram detidos pois, de acordo com a agência chinesa, sabiam o local e as horas em que a imolação iria acontecer.
A China acusou o Dalai Lama de encorajar estas imolações, este acusa o Governo chinês e exige o direito à autodeterminação, e independência, do Tibete.