O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, afirmou nesta quarta-feira que a França trabalha para o início de uma operação de manutenção de paz da ONU no Mali em abril.
"Muitos de nossos especialistas e colaboradores trabalham com esta perspectiva para o mês de abril", disse Fabius à imprensa anglo-americana. Ele foi consultado sobre a possibilidade de transformar as tropas africanas da Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma) em capacetes azuis das Nações Unidas.
"Isso não quer dizer que teremos uma mudança na organização, a operação simplesmente será conduzida sob a tutela geral da ONU", disse o chanceler francês.
"A partir do momento em que a segurança for garantida, podemos vislumbrar que isso seja feito por meio de uma operação de paz, sem mudar suas estruturas. A vantagem é estar sob responsabilidade das Nações Unidas, com o financiamento das Nações Unidas além de contar com estruturas bem conhecidas que funcionaram em muitos outros lugares", considerou o ministro.
O embaixador francês nas Nações Unidas, em Nova York, Gérard Araud, disse, ao sair de reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança sobre a crise no Mali, que são necessárias "várias semanas" antes de avaliar se os militares franceses que estão no país desde 11 de janeiro podem fazer a transição para uma força de paz.
A convocação das Forças de Manutenção de Paz das Nações Unidas precisa contar também com o aval das autoridades malinenses, que já fizeram objeções, apontou Araud.
Em Nova York, a França também insistiu na necessidade de instalar observadores de direitos humanos nas zonas tomadas dos islamitas que ocupavam o norte do país. Organizações como a Human Rights Watch acusam não só os islamitas, mas também as forças governamentais malinenses por terem cometido atos de crueldade.