Um tribunal chinês de uma região tibetana condenou nesta sexta-feira um homem por homicídio doloso e por incentivar a secessão ao incitar um monge a colocar fogo em seu próprio corpo, informaram meios de comunicação estatais, ainda que o monge não tenha realizado o ato.
A agência oficial de notícias Xinhua disse que o homem, conhecido como Phagpa, foi condenado a 13 anos de prisão pelo tribunal em uma prefeitura tibetana da província chinesa de Qinghai.
Quase 100 tibetanos atearam fogo em seus próprios corpos desde 2010, em protesto contra o domínio de Pequim, que, segundo os críticos, reprime os direitos religiosos dos tibetanos e corrói a sua cultura, à medida que mais integrantes da maioria étnica Han se muda para áreas tibetanas.
De acordo com o governo tibetano no exílio, 83 deles morreram.
Com o incidente número 100 se aproximando, as autoridades chinesas iniciaram uma grande ação de publicidade, utilizando tanto a Xinhua quanto a CCTV, realizando uma grande cobertura sobre o tema.
Elas alertaram que forças externas ligadas ao Dalai Lama estavam manipulando jovens vulneráveis , dizendo que se tornariam heróis ao atearem fogo em seus corpos.
No caso mais recente, segundo a Xinhua, Phagpa incentivou o monge, conhecido como Drolma Je, a se autoimolar pela "liberdade e independência do grupo étnico tibetano", mas ele foi dissuadido por sua irmã.
O réu de 27 anos também foi acusado de divulgar ideias de independência do Tibete e incitar protestos, segundo a rede de televisão.
O mosteiro do qual o monge pertence se localiza no município de Tongren, uma área que se tornou um ponto de ignição para uma onda de autoimolações.