O telhado e uma parede da sala onde ficam as turbinas desativadas da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, desabaram nesta quarta-feira, devido ao peso da camada de neve acumulada no local. O acidente aconteceu a 50 metros do sarcófago que cobre os restos do reator nuclear acidentado em 1986. Em comunicado, a assessoria de imprensa da central nuclear afirma que o desmoronamento não deixou vítimas e manteve "inalterado o nível de radioatividade" no terreno.
Por medida de segurança, as construtoras francesas Vinci e Bouygues, que trabalham em Chernobyl na construção de um novo sarcófago para o reator acidentado, retiraram cerca de 80 trabalhadores do canteiro de obras. A obra é executada pela Novarka, um consórcio formado pela Vinci e a Bouygues, e foi orçada em 1 bilhão de euros. Nos últimos dias o ritmo de trabalho havia diminuído pelo mau tempo na região.
A área afetada pelo desabamento cobre cerca de 600 metros quadrados, fica relativamente distante do canteiro, mas as construtoras optaram pela precaução. O acesso à sala das turbinas é limitado. Os funcionários de Chernobyl só entram no local periodicamente para inspeções.
Um porta-voz da Bouygues informou, em Paris, que a Novarka tomou providências para efetuar todas as medidas de controle de contaminação radioativa no local. Quando os resultados forem conhecidos, a retomada da obra será definida.
A explosão do reator número 4 da usina de Chernobyl, em 1986, situada a 100 km ao norte de Kiev, perto das fronteiras russa e bielorussa, contaminou uma boa parte da Europa. Na sequência do acidente, o reator foi coberto às pressas com uma chapa de cimento, que acabou apresentando fissuras com o passar do tempo. As obras em curso são destinadas à construção de um novo sarcófago que vai conter o antigo, de forma a reduzir os riscos de radioatividade.
RFI