Cruzeiro atraca após 5 dias à deriva com 4 mil pessoas a bordo

Cruzeiro atraca após 5 dias à deriva com 4 mil pessoas a bordo

Um navio com mais de 4 mil pessoas que passou quase cinco dias sem energia ou propulsão, após um incêndio em casa de máquinas, chegou hoje a terra, ao Alabama, EUA, a reboque. A bordo as condições estavam já insustentáveis, com as casas de banho a transbordar, depois de o sistema de esgotos ter rebentado.

O alívio foi grande para as mais de 4 mil pessoas à chegada a terra firme hoje de madrugada do navio de cruzeiro Triumph, que ficou à deriva durante cinco dias no Golfo do México. Naqueles cinco dias, a embarcação esteve sem propulsores, ar condicionado e com escassos alimentos. As casas de banho transbordaram, inundando cabines e corredores.

O navio alcançou o porto de Mobile, no Alabama, EUA, levado por uma frota de rebocadores.

A quebra de um dos cabos do rebocador principal, o vento e as correntes, bem como as condições do canal na Baía de Mobile atrasaram a atracagem do navio, que tem 14 andares, 275 metros de comprimento, 100 mil toneladas de peso e estava com apenas um elevador a funcionar.

O Triumph estava à deriva desde domingo, após um incêndio na sala de máquinas. Tinha zarpado do Texas na quinta-feira da semana passada, para um cruzeiro programado para durar quatro dias.

No incidente, ocorrido a mais de 400 quilómetros da costa mexicana, nenhum dos 3.143 passageiros e 1.086 tripulantes ficou ferido, de acordo com a operadora responsável. Os extintores automáticos do navio controlaram o fogo imediatamente, segundo a empresa, a Carnival Cruise Line, mesma dona do navio Costa Concordia, que adernou ano passado na costa italiana, matando 32 pessoas.

Alguns viajantes beijaram o chão ao saírem, outros desembarcaram vestindo os robes de banho brancos do navio. Com apenas um elevador em funcionamento, foram necessárias horas para o desembarque. Os passageiros foram recebidos no cais com alimentos quentes, cobertores e telemóveis para ligarem para família e amigos.

Os passageiros reclamaram das condições a bordo, onde chegaram a ter que usar sacos de plástico em vez de casas de banho devido aos problemas com o sistema de esgotos e sanitas, cujas descargas pararam de funcionar e transbordaram, segundo a CNN. O esgoto inundou corredores e cabines, provocando um grande mau cheiro. Muitas pessoas tiveram que dormir em colchões dispostos no convés, ao ar livre, devido ao odor e ao fumo originada pelo incêndio no motor do navio.

Após críticas sobre a resposta da empresa, o director executivo da Carnival Cruise Line, Gerry Cahill, embarcou no navio pessoalmente para pedir desculpas aos passageiros. «Eu sei que as condições a bordo eram muito más», disse a repórteres, parecendo abalado, durante uma breve aparição perante os jornalistas antes de embarcar. «Eu sei que foi difícil. Quero pedir desculpas por submeter os nossos clientes a tudo isto», disse.

A Carnival, maior operadora de cruzeiros do mundo, disse que os passageiros receberão um reembolso das despesas totais, mais gastos com transportes e ganharão um vale para um outro cruzeiro de valor equivalente, mais uma indemnização de 500 dólares por pessoa.

DD