As autoridades do Bahrein anunciaram o desmantelamento de uma célula terrorista que estaria vinculada a Irã, Iraque e Líbano e denunciaram uma escalada da violência no reino, onde a oposição xiita intensificou seus protestos.

Em um discurso na televisão na noite de sábado, o ministro do Interior, xeque Rashed ben Abdallah Al Khalifa, informou que a célula era integrada por "oito barenitas que se deslocavam entre Irã, Iraque e Líbano".

Os oito membros "receberam treinamento para o uso de armas e explosivos e apoio financeiro do exterior", disse antes de acrescentar que foram detidos com a ajuda de um "país irmão", sem informar o nome.

O ministro denunciou a recente escalada da violência neste pequeno reino governado por uma dinastia sunita, onde um policial e um manifestante xiita perderam a vida na quinta-feira em uma manifestação que lembrava o segundo aniversário do levante contra a monarquia.

Assegurou que nos últimos dias os opositores "intensificaram o uso de armas de fogo", o que fez com que 75 membros das forças de segurança ficassem feridos.

Desde quarta-feira, há manifestações diárias no Bahrein, onde os manifestantes tentam chegar à praça da Pérola em Manama, símbolo do protesto popular de 14 de fevereiro de 2011 que foi asfixiado após um mês pelo poder.

Segundo testemunhas, as forças de segurança prenderam ativistas na madrugada deste domingo nos povoados xiitas perto de Manama, palco dos confrontos mais violentos com as forças de segurança.

O aumento das tensões coincide com o diálogo iniciado, em 10 de fevereiro, entre a oposição e o governo. A dinastia sunita não fez nenhuma concessão política importante à oposição xiita, que quer reformas democráticas.

Afp