Uma explosão no centro de Damasco provocada por um carro armadilhado, perto da sede do partido do Presidente Bashar al-Assad, terá feito pelo menso 53 mortos e outras dezenas de feridos. Fotografias partilhadas na rede social Twitter e imagens do canal estatal Al-Ikhbariya mostram corpos no chão e automóveis em chamas.
"Foi enorme, todo o interior da loja ficou de pernas para o ar", disse à Associated Press um residente no distrito de Mazraa, que falou sob a condição de anonimato por recear represálias pelo facto de prestar declarações à imprensa estrangeira.
Através do canal estatal Al-Ikhbariya, o regime atribui a autoria do ataque aos "terroristas" que combatem o poder de Bashar al-Assad.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização independente com sede no Reino Unido, confirma que a explosão ocorreu perto de um edifício do partido Baas, no poder. A explosão terá provocado danos em automóveis estacionados a 300 metros de distância, avança a agência Reuters.
Testemunhas citadas pela Associated Press afirmam que a explosão ocorreu num posto de controlo entre a embaixada da Rússia e a sede do partido Baas.
“Isto é terrorismo (…) é isto que vocês chamam islão?”, indignou-se um ferido interrogado pela televisão síria.
“É esta a liberdade que querem? É isto o Exército Livre da Síria (principal formação militar da rebelião)?”, pergunta outro homem interrogado no local, citado pela AFP.
Na rede social Twitter estão a ser publicadas fotografias do estado em ficou a zona após a explosão (algumas imagens podem ser consideradas chocantes).
Poucas horas depois deste atentado, a sede do estado-maior do Exército sírio, também no centro de Damasco, foi alvo de dois tiros de morteiro, informou o canal estatal Al-Ikhbariya. O ataque também foi noticiado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
O quartel-general do estado-maior, situado numa zona da cidade onde se encontram numerosos edifícios governamentais, já tinha sido visado no dia 26 de Setembro por um duplo atentado que fez quatro mortos.
Os combates entre as tropas do Governo e os rebeldes da oposição têm vindo a intensificar-se dentro de Damasco e nos arredores da capital ao longo das últimas semanas.