"Contrariamente ao que algumas pessoas pudessem imaginar, na sequência da retoma das principais cidades pelo exército francês e pelo exército maliano, a situação não é de todo estável, calma", declarou Marti, que chefia a delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha no Mali e no Níger, de passagem por Genebra, onde se encontra a sede da organização.
O responsável sublinhou que os ataques suicidas correm o risco de perdurar e a "situação atual não é propícia ao regresso das populações".
"Houve dezenas de milhares de pessoas que fugiram das suas cidades ainda antes da intervenção francesa, mas houve outras dezenas de milhares" que o fizeram depois, acrescentou.
Para Marti, "existe um sentimento de medo em relação a eventuais extorsões que podem ser cometidas pelas forças de segurança malianas".
Segundo a Cruz Vermelha Internacional, o número de pessoas a regressar a casa é muito reduzido. Tratam-se sobretudo de jovens homens enviados às cidades pela família deslocada para verificar no local se é possível regressar.
A intervenção militar francesa no Mali, que visa, juntamente com as tropas malianas, expulsar os islamitas que ao longo de nove meses ocuparam as principais cidades do norte do país, começou no passado dia 11 de janeiro e envolve cerca de 4.000 militares.