O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu a libertação imediata e incondicional de 21 observadores filipinos, sequestrados na quarta-feira, alegadamente por rebeldes sírios, nos Montes Golan, perto da fronteira com Israel.
O grupo de observadores estava a monitorizar a aplicação da linha de cessar-fogo entre a Síria e Israel nos Golan, maioritariamente ocupados por Israel desde a guerra de 1967. Na região ocidental dos montes, controlada pela Síria, tem havido combates entre forças do regime sírio e rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad.
As Filipinas exigiram também a libertação imediata de 21 observadores. O ministério dos Negócios Estrangeiros disse que estão a ser bem tratados e que decorrem negociações para assegurar a sua libertação em segurança. “A principal preocupação do Governo filipino nesta altura é assegurar a segurança e o bem-estar dos nossos observadores”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Albert del Rosario, insistindo na necessidade de ser respeitada a missão de observadores.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o embaixador russo Vitaly Churkin, que actualmente preside ao Conselho de Segurança, condenaram a acção. Churkin considerou o caso“particularmente inaceitável e bizzaro”, porque os observadores estavam desarmados e a sua missão nada tem a ver com o conflito sírio.
As Nações Unidas informaram que os observadores foram interceptados perto de um posto de observação por homens armados. Um vídeo colocado no facebook pelo Observatório Sírio dos Direitos do Homem mostra homens que declaram ser rebeldes sírios junto a carros em que se vêem as letras “UN”.
Identificam-se como “Mártires de Yarmoul” e dizem que o pessoal das Nações Unidas só será libertado quando as forças do regime do Presidente Bashar al-Assad retirarem da cidade de Jamla, na região.
Mais tarde, segundo a BBC, os rebeldes disseram que detiveram os observadores para que o Exército sírio parasse de disparar contra eles e contra civis. Acrescentaram que os observadores estão a ser tratados como convidados.
O Exército Livre Sírio, principal grupo que combate o regime de Assad, condenou o acto e informou que tudo fará para garantir a libertação. Bashar al-Assad resiste, há quase dois anos, à rebelião interna. Desde então foram mortas mais de 70 mil pessoas e um milhão fugiu das suas casas.