As agências de inteligência dos Estados Unidos, entre elas a CIA, descuidaram de seus trabalhos na China e no Oriente Médio ao se concentrarem muito em operações militares e no emprego de drones (aviões não tripulados), afirma um relatório do Intelligence Advisory Board (IAB), citado nesta quinta-feira pelo Washington Post.
Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, o trabalho da CIA, da Agência Nacional de Segurança (NSA) e de outras agências de inteligência se concentrou essencialmente no contraterrorismo e nas zonas de guerra, como no Iraque e no Afeganistão, ressalta o relatório de 2012 do IAB, que atua como conselheiro da Casa Branca nestes temas.
"A comunidade de inteligência se converteu em certa medida em uma operação de apoio militar", estima o co-presidente do IAB, David L. Boren, citado pelo jornal americano.
Para este ex-senador, existe um desequilíbrio entre o total de "funcionários e de especialistas colocados em locais como Iraque e Afeganistão em relação a outros países de maior importância".
"No longo prazo, o que é mais importante para os Estados Unidos, o Afeganistão ou a China?", se perguntou Boren.
A espionagem internacional "decaiu depois que a CIA decidiu concentrar cada vez mais seus esforços no aspecto operacional", criticou outro membro do IAB, Lee H. Hamilton, citado pelo Washington Post.
Para Hamilton, "chegou a hora" de que os Estados Unidos "reconsiderem (sua) lógica de guerra, (sua) focalização no contraterrorismo (...) e voltem às missões tradicionais de coleta e análise" de informações.
AFP