Mais três agentes da polícia militar de São Paulo foram nesta quarta-feira detidos no caso da execução de dois jovens que levantou suspeitas sobre o envolvimento de vários polícias, anunciou o gabinete de imprensa da polícia militar.
Dois dias antes já outros oito agentes tinham sido presos. A execução dos dois rapazes de 14 e 18 anos já tinha acontecido há duas semanas, mas o caso tinha passado despercebido – até no domingo à noite as imagens captadas pelas câmaras de vigilância terem sido divulgadas pelo "Fantástico", o principal programa de informação da TV Globo.
Nas imagens das câmaras instaladas numa rua estreita do Brás, um bairro a leste do centro histórico de São Paulo, percebia-se que havia um carro da polícia estacionado a 50 metros do local em que os adolescentes foram mortos com 18 disparos por dois homens que apareceram de moto. E que os polícias nem tentaram impedir o crime nem se preocuparam em perseguir os homicidas, que logo de seguida deixaram o local. No relatório escreveriam que quando chegaram ao local já os corpos estavam no chão.
Foi então aberto um inquérito pela própria polícia e os agentes suspeitos de envolvimento no assassínio dos dois jovens foram afastados das suas funções e detidos administrativamente. Aos oito iniciais, juntam-se agora mais três. Deverão continuar detidos enquanto estiver a decorrer a investigação.
Um dos adolescentes tinha apenas 14 anos e ajudava o pai a recolher papel em São Paulo. Foi alvejado seis vezes. Suspeita-se que se tenha tratado de um ajuste de contas relacionado com tráfico de droga, mas os pais negam que consumisse. O mais velho, de 18 anos, foi atingido por 12 balas. Com eles estava outro amigo, que conseguiu fugir antes dos disparos.