O estado brasileiro do Acre declarou o estado de emergência devido a uma vaga de imigrantes ilegais que entraram pelos países vizinhos Bolívia e Peru. Muitos deles são oriundos do Haiti, mas também há imigrantes do Bangladesh, do Senegal e da Nigéria.
De acordo com as autoridades locais, citadas pela BBC, nas últimas duas semanas entraram no Acre - um estado na região da Amazónia - 1700 ilegais. O governo local pediu ajuda financeira extraordinária para lidar com estes imigrantes: nos últimos dois anos os gastos com estas pessoas foi o equivalente a 1,179 milhões de euros.
Desde 2010 entraram no Acre cinco mil haitianos. Nos últimos meses a chegada de ilegais aumentou, havendo também cidadãos da República Dominicana a entrar no Brasil via Peru e Bolívia. Estas rotas tornaram-se as preferidas dos contrabandistas de pessoas devido à densa vegetação que dificulta as patrulhas que procuram interceptar ilegais.
A maior parte dos imigrantes ilegais que são encontrados permanecem em abrigos temporários na cidade de Brasileia, a 280 km da capital estadual, Rio Branco. Estima-se que 10% da população de Brasileia seja composta por imigrantes que chegaram nos últimos dois anos.
Os haitianos são sobretudo da cidade de Port-au-Prince (a capital) em fuga do seu país devido ainda à devastação causada pelo sismo de 2010 que destruiu o Haiti. Os senegaleses relatam que passaram de Marrocos para Espanha e daí voaram para o Equador, onde se reuniram aos haitianos nas rotas da Bolívia e Peru.
O Acre não é o destino pretendido pela maior parte destes imigrantes que desejam, de acordo com as informações obtidas pelas autoridades, chegar às grandes cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde as autoridades federais têm encontrado cidadãos do Bangladesh ou africanos a trabalhar em condições degradantes por salários muito baixos.