Depois da morte de Osama bin Laden, o topo da lista dos dez mais procurados pelo FBI passou a ser ocupado por um professor da escola primária. Eric Justin Toth, procurado por produzir pornografia infantil, foi detido na Nicarágua.
Toth, 31 anos, foi professor na escola Beauvoir, em Washington DC, até 2008, ano em que um dos seus colegas descobriu imagens de pornografia infantil numa câmara que levava para aquele exclusivo estabelecimento de ensino, onde, entre propinas e taxa de inscrição, os alunos pagam mais de 32 mil dólares (quase 25 mil euros). De acordo com uma informação do FBI citada pela CNN, Eric Justin Toth terá instalado uma câmara numa casa de banho ao lado da sala em que dava aulas.
A polícia da Nicarágua confirmou esta terça-feira que Toth foi detido no sábado em Esteli, perto da fronteira com as Honduras, avança a BBC.
No texto que acompanha o retrato de Toth na lista dos mais procurados pelo FBI, lê-se que o antigo professor é considerado "um especialista em computadores, que já demonstrou ter conhecimentos acima da média no uso da Internet e de segurança". Tem "a capacidade de se integrar em várias classes socioeconómicas e é especialista em engenharia social".
As mais recentes informações davam conta da passagem de Eric Justin Toth pelo estado do Arizona, em 2009, depois de ter passado por vários outros estados norte-americanos. A recompensa por informações que levassem à detenção directa de Toth era de 100 mil dólares.
O sucessor de Osama bin Laden
Um ano depois da morte de Osama bin Laden, o FBI lançou um inquérito interno para preencher a vaga do antigo líder da Al-Qaeda no topo da lista dos fugitivos mais procurados pelas autoridades norte-americanas.
Como explicava o The New York Times em Abril de 2012, a escolha não se resume a identificar o fugitivo mais violento – estavam em jogo outros factores, como a possibilidade de uma identificação mais rápida através de sinais distintivos.
Eric Justin Toth era o candidato ideal: "Ele tem um sinal por baixo de um dos olhos. É alto [1,92m] e esguio [70 quilos]", disse ao The New York Times Kevin L. Perkins, então director executivo do departamento de operações criminais e de cibersegurança e actual director-adjunto do FBI.