A polícia espanhola deteve dois homens suspeitos de terem ligações à organização terrorista Al-Qaeda no Magrebe Islâmico. Não estavam a preparar nenhum atentado, mas as autoridades dizem que pelo menos um deles recebeu instruções para frequentar "um campo de treino jihadista no Mali".
Nou Mediouni, de origem argelina, foi detido em Saragoça, e Hassan El Jaaouani, de origem marroquina, foi detido em Murcia. Apesar de terem sido detidos no âmbito da mesma operação, as autoridades não confirmam que haja alguma relação entre ambos.
De acordo com o El País, a investigação não provou que os detidos façam parte de uma célula terrorista, mas apenas que frequentavam sites com conteúdo radical islâmico.
O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández, disse que um deles elogiou nos últimos dias os suspeitos dos atentados em Boston, Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, e que ambos estavam a ser vigiados há um ano. O Governo espanhol acredita que se trata de dois "terroristas de segunda fila" e avança que foram detidos "por precaução".
Num comunicado do Ministério do Interior lê-se que Nou Mediouni era "utilizador habitual de uma conhecida plataforma radical islâmica, onde responsáveis da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico recrutavam candidatos que revelavam um perfil mais radical".
As autoridades espanholas dizem que Mediouni foi acolhido "devido ao seu alto grau de radicalização" e que recebeu instruções para frequentar "um campo de treino jihadista no Norte do Mali, dirigido pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico".
Ainda segundo o mesmo comunicado, "a forte pressão internacional no terreno" fez com que Nou Mediouni não tivesse conseguido entrar em contacto com os responsáveis do campo de treino em causa, tendo depois revelado "um elevado nível de frustração por não ter podido 'morrer como um mártir'".
Um comunicado do Corpo Nacional de Polícia avançava que o perfil dos dois homens "corresponde ao das pessoas que cometeram recentemente o massacre terrorista na cidade norte-americana de Boston".
A operação da polícia espanhola foi realizada com a colaboração do Comissariado Geral de Informação e das autoridades policiais de França e de Marrocos.