O conselho eleitoral da Venezuela confirmou que vai fazer uma auditoria parcial aos resultados da eleição presidencial de 14 de Abril, mas não nas condições pretendidas pelo candidato derrotado, Henrique Capriles. A auditoria começa segunda-feira.
Segundo os dados oficiais, com uma taxa de participação de 79%, Nicolás Maduro, delfim de Hugo Chávez, obteve 50,75% dos votos expressos, contra 48,97% de Capriles – uma diferença de 265 mil votos.
“Depois de uma análise pelo Conselho Nacional Eleitoral, constatámos que é impossível aprovar as modalidades propostas [por Capriles] e não previstas no sistema jurídico”, disse o presidente do órgão, Tibisay Lucena.
Henrique Capriles anunciou na quinta-feira que vai contestar os resultados no Supremo Tribunal de Justiça e que não participará numa auditoria que considera mal feita. O candidato da oposição, que denunciou fraudes no processo eleitoral, reclama uma nova contagem de todos os boletins de voto.
Lucena diz que, tal como anunciado a 18 de Abril, auditoria incidirá sobre 46% dos votos e não sobre os 54% já auditados pelo conselho, como previsto na lei eleitoral venezuelana. E acrescentou que “em caso algum” será afectado o resultado das eleições de 14 de Abril.
O processo de verificação, que se prolongará até 4 de Junho, consiste na análise a uma amostra aleatória de 12 mil das 16 urnas que reúnem 46% dos votos ainda por auditar - tal como já tinha sido anunciado na altura em que Maduro tomou posse.
Segundo a lei eleitoral, Capriles, que acusa o Governo de ter “roubado” as eleições, tem um prazo de 15 dias, que acaba a 6 de Maio, para contestar oficialmente os resultados das eleições.