Um atentado que visaria o carro do primeiro-ministro sírio ocorreu na manhã desta segunda-feira no centro de Damasco. “A explosão terrorista em Mazze foi uma tentativa para atingir a caravana do primeiro-ministro. O doutor Wael al-Halqi está bem”, informou a televisão estatal.
A informação da imprensa síria foi também divulgada pela televisão do Hezbollah libanês, um movimento aliado do regime, e pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos – uma organização com sede no Reino Unido, que acompanha a guerra na Síria –, segundo a qual o chefe do Governo de Bashar al-Assad “escapou ao atentado que o visava”.
A explosão ocorreu, segundo a televisão síria, perto de um jardim público e de uma escola no bairro de Mazze, uma zona fortemente vigiada pelas forças de segurança, onde estão instaladas instituições governamentais e militares e vivem dirigentes do regime. Passava das 9h locais, 7h em Lisboa.
"A explosão parece ter sido telecomandada", disse à AFP Rami Abdel Rahmane, director do observatório, que tem uma rede de informação baseada em fontes médicas, militantes e militares. As informações iniciais da televisão estatal indicam que houve mortos, mas não adiantam detalhes. O observatório adiantou que um dos guarda-costas do primeiro-ministro foi morto e que um segundo se encontra em "estado crítico". A televisão pan-árabe Al-Jazira adianta que seis pessoas morreram na explosão e outras 20 ficaram feridas.
Um fotógrafo da AFP viu veículos queimados, entre os quais um autocarro, e carros com vidros partidos. As forças de segurança bloquearam o acesso à zona da explosão.
Wael al-Halqi foi nomeado a 9 de Agosto de 2012, após a deserção do seu antecessor, Riad Hijab, em protesto contra a repressão sangrenta da revolta iniciada em Março de 2011.
A guerra na Síria matou já mais de 70 mil pessoas, segundo as Nações Unidas. Cinco milhões tiveram de fugir das suas casas, 1,4 milhões dos quais procuraram refúgio em países vizinhos.