Oito pessoas morreram este domingo na capital da Somália, Mogadíscio, quando um bombista suicida fez explodir um carro armadilhado junto a uma caravana de veículos com somalis e representantes do Qatar.
Os mortos são todos somalis e civis que passavam na zona, segundo as informações recolhidas pela AFP, que diz também haver cinco feridos.
A delegação do Qatar – país que está há alguns anos a tentar uma aproximação à Somália no esforço de aumentar a sua influência no Corno de África – preparava-se para uma visita ao interior do país. Era acompanhada por alguns altos funcionários do governo local, entre eles o ministro do Interior, que não estava no veículo no momento da explosão mas cujo carro (como os dos qataris) é à prova de balas e explosão mas ficou danificado, revelou uma fonte à Reuters.
O ataque foi reivindicado pelo grupo radical islamista al-Shabaab que, em comunicado citados pelas agências, disse pretender realizar mais atentados idênticos contra o governo somali, que acusou de ser uma "marioneta" das potências ocidentais. "Há mais explosivos a caminho", disse à Reuters por telefone o porta-voz do grupo, Sheikh Abdiasis Abu Musab
A al-Shabaab é um grupo com ligações à Al-Qaeda e que pretende tomar o poder total na Somália, onde já controla algumas regiões. O grupo iniciou uma campanha de atentados depois da saída das forças internacionais de manutenção de paz da capital. A segurança em todo o país é muito frágil e nas principais cidades a pouca que se sente deve-se à presença de uma força da União Africana. Foi esta força de manutenção de paz que libertou Mogadíscio em 2001, que tinha sido tomada pela al-Shabaab.
A segurança do próprio governo deste país, que esteve 20 anos em guerra civil, é garantida por esta força de 17.600 homens. A guerra começou com a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, deixando o país sem um governo central.
O atentado deste domingo ocorreu no muito movimentado cruzamento conhecido por Quilómetro 4, no centro da capital e no coração do centro administrativo e comercial de Mogadíscio. Após a explosão, ouviram-se tiros de metralhadora disparados pelos seguranças da caravana.