"Estamos preocupados porque cada vez é maior a presença de motociclistas armados que circulam por estas zonas. A angústia começa quando se sai de casa, no caminho para o trabalho, no negócio, no regresso e até mesmo em casa", disse um comerciante que não quis ser identificado.
Vários outros comerciantes, também pedindo garantia de anonimato, explicaram à Lusa que, na terça-feira, foram obrigados a fechar as portas dos seus estabelecimentos com receio de serem assaltados, quando um grupo de 60 motociclistas apareceu na zona, parou os carros que circulavam e assaltou vários motoristas.
A polícia venezuelana confirmou que foram detidos pelo menos sete motociclistas, suspeitos de participarem no assalto de viaturas na localidade de Macaracuay, que ocorreu horas depois de o Governo venezuelano ter enviado 3.000 militares para as ruas de Caracas, no âmbito do novo programa "Plano Pátria Segura", de combate à insegurança no país.
Os motoristas de viaturas particulares e de transporte público queixam-se que frequentemente são assaltados por motociclistas que participam em cortejos fúnebres, que passam pela zona em direcção ao cemitério de Macaracuay.
Segundo a imprensa venezuelana, os motociclistas partem os vidros e causam danos nas viaturas quando os motoristas se negam a entregar-lhes os telemóveis e outros objectos de valor, ameaçando disparar contra as vítimas.
O vice-presidente do Conselho Municipal de El Hatillo, Eduardo Battistini, apelou na quarta-feira ao Ministério do Interior e Justiça da Venezuela e às polícias de Sucre, Baruta e El Hatillo para intensificarem as acções de patrulhamento.
Pela segunda vez este mês, motoristas de cinco empresas de táxi paralisaram o trânsito na quarta-feira numa das áreas de acesso a Macaracuay, reclamando medidas de combate à insegurança, a reparação das estradas e a recolha efectiva de lixo.