O ex-Presidente de transição da Guiné-Bissau Henrique Rosa morreu nesta quarta-feira aos 66 anos, depois de vários meses internado no Hospital de S. João, no Porto, disse fonte familiar à Lusa na capital guineense.
Nascido em Bafatá, Leste da Guiné-Bissau, a 18 de Janeiro de 1946, Henrique Rosa, empresário, com ligações à Igreja Católica, entrou para a política activa em 2003 como Presidente de transição, depois de o Presidente eleito, Kumba Ialá, ter sido derrubado num golpe militar.
Rosa conduziu o país até às eleições presidenciais de Julho de 2005, que deram o poder a João Bernardo “Nino” Vieira, mais tarde assassinado.
Concorreu às eleições presidenciais antecipadas de 2009 como independente e voltou a concorrer em 2012, num escrutínio do qual só se realizou a primeira volta devido a mais um golpe de Estado, a 12 de Abril do ano passado.
Filho de pai português e de mãe guineense, Henrique Rosa deixou boa imagem como Presidente de transição e conseguiu em 2009 quase um quarto dos votos, 24,19%, e resultados expressivos em Bissau. Na primeira volta das presidenciais de Março de 2012 não foi além de 5% de votos.
Foi um dos cinco candidatos que exigiram a “nulidade” da votação da primeira volta e qualificaram o processo eleitoral como “fraudulento”. Poucos dias depois, um golpe de Estado interrompeu o processo eleitoral e afastou o Governo do primeiro-ministro e também candidato presidencial Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira.
O corpo do antigo dirigente guineense deve chegar no fim-de-semana a Bissau para as cerimónias fúnebres.